sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Naufrágios


Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,

Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...

Eu tenho um medo

Horrível

A essas marés montantes do passado,

Com suas quilhas afundadas, com

Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...

Ai de mim,

Ai de ti, ó velho mar profundo,

Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!



Mário Quintana

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