domingo, 19 de fevereiro de 2017

Episódio de um Domingo


Como sempre, hoje fui dar catequese de manhã. Os meus miúdos (6º volume) são um dos volumes mais complicados. Têm tanto de bom coração como de competitivos. Isso leva a que sejam bastante implicativos uns com os outros. A minha paciência moldou-se com o tempo... e a maneira de lhes tocar também. Hoje, numa catequese "banal"... Perguntei-lhes quem eram as pessoas especiais na vida deles e porquê. Muitos responderam família e amigos. Já no fim de todos falarem, o G. falou e disse: "Eu, eu tenho uma... Uma menina que eu gosto e me despedaçou o coração". E pensam vocês que ele estava a brincar... Não estava. Os outros meninos ficaram em silêncio e eu sorri-lhe. Expliquei que por vezes as pessoas especiais também nos magoam, até sem intenção. Que o principal é serem amigos, mesmo sem o Amor. E ele concordou. O G. é um menino hiperactivo, MUITO. Tenho imensa dificuldade em captar a sua atenção. O G. passou a catequese sentado e a responder-me a tudo, a fitar-me com os seus olhos bem doces cor de mel. No fim perguntei como se relacionavam com essas pessoas e quando estavam muito tempo sem falar, o que sentiam. O G. disse-me que quando nós gostamos muito de alguém, usamos um diminuitivo/alcunha para o chamar. Eu fiquei espantada... nunca tal ideia me veio à mente. Mas é bem verdade. Mais tarde, chamei-o e saiu-me um "Guh, anda cá". Ele olhou-me e riu-se dizendo: "Trataste-me por Guh!". Pois... Senti um calorzinho na alma e no coração. Por vezes é só isto... a simplicidade de se sentir e Ver especial num diminuitivo da boca de alguém. Digo muitas vezes, é o Amor que nos salva... E cada vez tenho mais certeza disso. :)

2 comentários:

  1. As crianças dão-nos grandes lições.
    Emocionei-me com este texto.
    Um abraço e uma boa semana

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