terça-feira, 26 de agosto de 2014

Revolta-me!

"Onze crianças foram devolvidas às instituições por falta de adaptação em 2013."


Eu nem sei o que dizer em relação a esta barbaridade! É chocante... Tanto pela 'devolução' de um Ser Humano como se de um brinquedo estragado se tratasse, tanto pelo País que permite tal acção. Ser Pai ou Mãe biológico é um dom. Muitos escolhem não usufruir desse dom... por egoísmo, por incapacidade fisiológica de o Ser, por não sentirem que o devem Ser. Ser Pai ou Mãe do coração, por desejar dar-se a um Ser, que não sendo Seu biologicamente o torna carne da sua carne por acção do Amor... é outro dom. A verdade é que muitos não têm coração, o coração verdadeiro de quem acolhe e aceita. As pessoas pensam o quê? Que os filhos vêm perfeitos no Ser, no Sentir? Não, os filhos vêm com defeitos e virtudes. Estas crianças institucionalizadas vêm com grandes marcas internas, marcas que os definem e os fazem criar defesas para o mundo. O meu querido João P. Gaspar fez um trabalho notável nesse campo (cliquem aqui para ver). É preciso paciência, calma e muita dedicação. Se querem adoptar, adoptem na plena consciência que vão ter uma criança imperfeita. São os Pais que os têm de ajudar a ser imperfeitamente perfeitos. Tratar um Ser Humano como se fosse um objecto, um objecto com defeitos, devia ser crime com punição severa! É triste.... muito triste. 

8 comentários:

  1. Ponderei bastante antes de te comentar este post. O motivo é simples: sempre quis adoptar e por força das circunstâncias que já conheces, esta tornou-se a única forma de voltar a ser Mãe. Finalmente posso afirmar (e comunicar pela primeira vez, logo aqui no teu blogue) que este ano irei embarcar nesta viagem...sem retorno e sem devoluções.
    Mimos minha flor delicada ;)

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  2. Obrigado primita, ainda me deixas mais vaidosos que o CR7 e eu não tenho o cabelo dele :)

    Infelizmente a comunicação apenas reportou 11 casos pois esses estavam mesmo para adopção, mas os casos de famílias de acolhimento e a vertente "acolhimento familiar" lida mensalmente com cerca de uma dezena de meninos/as que são devolvidos.

    Não tenho estes dados de forma científica, apenas o que a "carolice" e as amizades me vão dando conhecimento - a semana passada fui a Lisboa e conversei demoradamente com um técnico que investiga esta área e me contou horrores.

    Pessoalmente, recebi uma menina com 12 anos que após cerca de 5 anos a viver com uma família de acolhimento, foi entregue na "minha" instituição.

    Passei alguns meses a "desmontar" aquela cabecita e acredito que quando chegar ao Natal, já esteja reintegrada numa vida que não é propriamente a que escolheu.

    Beijinhos

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  3. Isto é tão triste que nem consigo ter palavras para comentar...

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  4. Muito mau! É muito difícil ter filhos (gravidez da barriga ou do coração - única forma de engravidar no caso dos homens). É que ninguém te diz exatamente como será, porque isso seria impossível. É mesmo difícil educar uma criança e por isso é que tanta gente erra, muitas vezes a tentar acertar. Se for assim, muito bem, pois estaria a ser humano. Desumano é deixar para trás alguém que já cativamos!... É-se pai ou mãe para sempre.

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  5. Minha doce Esmeralda, sabes que quando escrevi o post me lembrei muito de ti? Acho que já era um sinal! :P Fico tão mas tão feliz... Por vocês, Txuguinhos, donos de um coração responsável e justo do tamanho do mundo e pela criança que será Vossa. Dou toda a força do mundo porque sei que esse é o teu caminho... :) Posso só dizer que o João Pedro é exímio neste campo. Trabalha há muitos anos com meninos institucionalizados... Se tiveres alguma duvida, podes contactá-lo :) Beijinhos enormes e cheios de orgulho! És um dom ao Mundo! :*

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  6. São elogios merecidos :) Essas situações deixam-me angustiada... Tanto sofrimento. :( Beijinhos grandes

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  7. Sim Roger, tudo o que se diz é pouco... muito pouco. Beijinho

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  8. Sim Eli. Ninguém nasce Pai ou Mãe... tu tornas-te e defines-te de acordo com o filho que tens. O importante é dar o melhor e nunca se desistir. Tudo na vida é difícil... Mas o Amor tudo supera. Beijinho

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