Morre lentamente quem nao viaja, quem nao lê,
quem nao ouve música, quem nao encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem nao se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem nao muda de marca, nao se arrisca a vestir uma nova cor ou nao conversa com quem nao conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações aos tropeços.
Morre lentamente quem nao vira a mesa quando esta infeliz com o seu trabalho, ou amor, quem nao arrisca o certo pelo incerto para ir atras de um sonho quem nao se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos...
Neruda
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