terça-feira, 1 de abril de 2014

Porque é que se fica?


Porque é que se fica quando sabemos que partir é inevitável? Porque é que se fica quando sabemos que o "sítio" onde se está não nos dá o que merecemos?... Não nos alimenta o corpo e alma por inteiro. Sobrevivemos com migalhas, mas não vivemos com elas. Então, porque é que se fica? Gostamos da ilusão do momento, talvez... Ou então a esperança da mudança. Esperança essa também uma ilusão, porque sabemos que o "sítio" não é nosso... nunca será. Então, porque é que ficamos? O desapego de algo que queremos muito é sempre complicado... Mas as migalhas, as migalhas são poucas e secas. Então, não há razão para ficar. 

8 comentários:

  1. Ficamos porque somos cobardes e porque ganhamos raízes e ninguém nos ensinou a voar, minha querida flor.
    Falta-nos sempre a coragem de arrancar essa raízes e partir, mesmo que seja de olhos fechados e abraçar as mudanças.
    Beijocas enormes ;)

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  2. Eu diria que provavelmente temos medo da mudança, por isso muitas vezes sujeitamo-nos às migalhas por causa do medo que temos pelo novo. Beijinho

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  3. Olá Menina Sofia!
    Mais um tema que nos toca a todos, nos deprime, nos preocupa e nos faz perguntar a alguém à nossa beira que não existe mas que somos nós!

    Confesso que me amedronta o lugar psíquico a que me transporta o reflectir no meu estagnar e falta de decisão impulsiva que me mova uns milímetros rumo ao tal arco-íris que já aqui falàmos.

    A pior das razões será masoquismo. Não intencional mas nalguns de nós omnipresente . Por vezes a nossa infância predispõe-nos a aceitar ou até praticar inconscientemente essa preversão. Concordo com uma frase que li que explica o porquê ,"antigamente,educar era um processo violento que implicava destruir, em casa ou na escola, os instintos de cada ego".

    Outra razão será sentimental e muito parecia com a dependência a certas substâncias. Aquela camisola de lã que não deitamos fora apesar de esburacada , a bicicleta cheia de ferrugem e sem ar nos pneus que mantemos no canto da garagem onde espaço é o que mais nos falta....até o cachorrinho tão lindo que nos urina as carpetes, nos rói os sapatos importados de Itália feitos em São João da Madeira, nos enche as calças pretas de pelo e nos mostra os dentes quando lhe ordenamos que saia do nosso lugar preferido no sofá.

    As mais pertinente e falo por mim, é a incerteza e a certeza do que virá a acontecer caso larguemos o lugar, situação ou relação onde apesar de mal sabemos que é real, palpável, existente até familiar e como nos dois euros que gastàmos na lotaria depositamos a esperança nos "odes" de 1elevado a menos 43, por fado as pessoas, o mundo e o universo se movam debaixo dos nossos pés e tudo venha a ser um mar de rosas.
    É a incerteza de que não mais encontraremos os mesmos sabores, cheiros, sons de prazer, sentimentos desfibriladores da alma e coração e a certeza de que não mais voltaremos ao mesmo exacto lugar, ao mesmo momento, ao mesmo amor, caso por vontade própria nos desloquemos um "nanometro" , que nos estaca, insanos, rodopiando no mesmo ponto até que já sem força centrífuga desabamos, caímos tal pião, e só por sorte teremos forças, ventos ou alguém que nos erga e empurre noutra direcção e com a fé de peregrino sejamos capazes de continuar a caminhada.

    Bem, aqui estou eu outra vez exagerando e me patetizando. Mas foi assim que Ele me fez.

    Uma jornada de mil milhas começa com um primeiro passo. (Confucio)

    Um beijinho
    Álvaro José

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  4. Não sei se me falta a coragem ou a paciência! ahahah ;) Mas eu quero e tento! Beijinho grande e abracinho maior minha doce Karochinha! :*

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  5. O medo muitas vezes corta-nos a coragem... é verdade Mary. Temos de contrariar isso. :) Beijinho

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  6. Álvaro, tudo o que escreveste é TUDO o que eu queria transmitir. :) É a incerteza do que temos e não teremos, do que podemos ter... É ela que nos amarra ao 'sitio'. Nunca é exagerado o teu comentário... Sempre assertivo! :) Obrigada. Beijinho

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  7. Eu demoro a desapegar-me, confesso... É uma luta interna absolutamente gigante... Mas quando tomo a decisão de partir, não volto a olhar para trás...

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  8. E eu não? Lutas... algumas intermináveis! :) Beijinhos Roger

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