Este fim-de-semana, dei um pezinho até ao Bar da Associação Académica aqui em Coimbra. É um espaço que eu adoro desde sempre e que me faz sentir a Coimbra dos estudantes no seu verdadeiro sentido. Como verdadeira 'gaja', cheguei lá e fui ao WC. Estavam duas 'miúdas' a falar entre si e mesmo vendo que eu estava ali, não se inibiram na conversa. A conversa rondava à volta de uma enfermeira que trabalhava no Hospital. No meio da conversa, com a maior das naturalidades, uma delas diz: ' A 'X' é espectacular... Quando eu fiz o aborto, ela disse logo que tratava de tudo'. Lido assim parece que não é nada de especial mas aquilo chocou-me imenso. Ela disse aquilo à minha frente (é um assunto supostamente íntimo) e como quem diz 'Fui ali tomar banho e voltei!'. Sempre fui a favor da despenalização do aborto mas não a favor dele, a não ser em situações clínicas específicas ou de uma conjuntura de grandes 'azares'. O aborto tem de ser algo muito bem pensado. Mas ainda assim, mesmo sendo feito, seja porque razão for... devia ser algo que marca e de alguma forma dói. Parece-me que fazem agora dele um método de contracepção. Não consigo entender esta banalização do corpo e da vida...
Ainda bem que não entendes, é sinal que te transmitiram valores e a Terra ainda gira no sentido correcto.
ResponderEliminarSe dramatizar em excesso pode ser pernicioso, banalizar pode criar insensibilidade.
Nesse e em muitos outros âmbitos, tenho para mim que a fronteira entre o bem e o mal, passa muitas vezes pela capacidade de deixar fluir os sentimentos.
Nos meninos (há quem lhes chame "menores", "adolescentes", "jovens", mas para mim são sempre meninos) mal comportados, conseguimos grandes progressos ao criar condições para que os seus sentimentos sobressaiam. Penso mesmo que alguns nem têm consciência de que eles estão lá, mas por força da vida, profundos e camuflados, só ao alcance de quem os procura com esperança de os encontrar.
Roubar por exemplo. Como se explica que não se deve roubar (ir aos Mandamentos não vale!)???
Acham que nem estão a fazer assim tanto mal, pois já que eles são uns "desgraçados", limitam-se a "desenrascar".
Mas se por um momento que seja, conseguirmos que imaginem alguém de quem gostam mesmo, passar por uma situação de ficar sem algo que lhe foi roubado... primeiro ficam com uma sensação de revolta por quem roubou e depois percebem que eles podem ser esse alguém.
Claro que por vezes mostram facetas giras, como se houvesse dois "eus" dentro deles - um que gostam e outro que não gostam.
Se chegarem a este ponto, basta-nos ir tentando que essa luta interior (que no fundo todos temos), vá tendo muitas batalhas e que o vencedor seja quase sempre o Sporting, perdão, o BEM.
Desculpa o "missal", mas deu-me para divagar :)
Beijinhos
Concordo contigo e com o comentário do JPG, é um assunto íntimo, deveria ser uma situação extrema e de algum recolhimento e descrição mas acima de tudo, falta a muita desta nova geração, a passagem de alguns valores morais que cairam em (errado) desuso.
ResponderEliminarEste é um daqueles assuntos que preferia não comentar, como sabes. Mas apesar de tudo, apesar de ser a favor, como tu, da liberdade pelo nosso corpo, essa mesma liberdade acaba quando começa a de outrém.
Beijocas minha querida ;)
Sou como tu: sempre fui a despenalização mas é algo que me choca quando se faz por dá cá aquela palha... Se as pessoas são crescidas para pinar, também têm que o ser para assumir responsabilidades...
ResponderEliminarBoa divagação JPG! ;) Concordo plenamente. Os 'miúdos' são muito confusos e indefinidos... precisam de padrões a seguir porque a personalidade é toda difusa. Crescem e definem-se muito tarde e muitas vezes em valores distorcidos. Enfim... Vamos fazendo o que podemos. ;) Beijinhoss
ResponderEliminarOh minha Karochinha... A escrever este post, angustiou-me o outro lado dele... por ti. Eu bem sei... Espero que os 'miúdos' cresçam com os valores correctos dentro deles. Beijinhos muito grandes minha linda! :*
ResponderEliminarOra lá está Roger... É isso! :) Beijinhos
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